sábado, 3 de setembro de 2011


Eles trabalham na mesma empresa, ela ainda fechada no caos de sua vida demorou pra enxergá-lo com outros olhos. Ele, distraído sempre na dele.

Ela um dia desperta e parece perceber que no meio de tantos, havia ali um homem diferente, misterioso... quem sabe? Quem sabe ele não seria alguém especial?

E após 10 anos ela se interessava, ou pelo menos se abria a possibilidade, até então tão distante e remota, de se abrir e investir em um novo alguém.

O que se faz quando nos interessamos por alguém? Naturalmente, procuramos informações sobre a pessoa com contatos em comum, em tempos modernos, procuramos, estudamos perfis na internet, redes sociais... com o pouco que ela descobriu, sonhadora, romântica, ela imaginou, idealizou... abriu caminhos para novas fantasias, talvez aquele homem de um metro e oitenta, 5 anos mais velho, com provável algumas experiências a mais na vida, fosse um homem especial, ainda a procura de um grande amor e coubesse em seus desejos.

Ela passou a demonstrar interesse, e ele correspondeu, após algumas trocas de olhares, conversas de poucos minutos no caminho até o estacionamento, tímida paquera, eles começaram a se conhecer "melhor".

Ela tomando o devido cuidado para não errar com as palavras, porém sempre verdadeira, gestos medrosos, mas espontâneos e naturais. Sinceros. Ele sempre educado, tomando o devido cuidado para não deixar a situação sair do controle, evitando envolvimento. E no ar a ilusão de que ambos não pensam no assunto.

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E por ele, ela foi capaz de ternura, de doçura... de ser mulher... por ele ela era capaz de cama, mesa, banho. Mais do que isso, era capaz de servi-lo, de forma um tanto desajeitada lhe preparou comida, café da manhã... por ele, tomou o devido cuidado de lhe deixar reservado seu papel de macho, se aproveitando de sua fragilidade...

Mas ele, um homem de alma impenetrável, auto-controle inabalável, individualista. Coração fechado. Incapaz de atos impulsivos como largar algum de seus inúmeros compromissos, por uma tarde não programada de sábado a toa por uma garota que caiu de paraquedas em sua vida. Nada fora do "schedule".

E para se manter no controle, nada mais estratégico do que seus constantes sumiços, e depois de algum tempo, quando menos se espera, o celular toca e o visor anuncia seu nome, ela titubeia se atende o telefone, atrapalha-se toda... sem saber o que dizer, com tanto o que dizer... derrepente ela parece perdoar todo o período de angústia, de espera por uma ligação, as mensagens de texto não respondidas, os convites para jantar que não foram feitos, a admiração imbecil por Guilhermina Guinle ou Débora Falabela, ao final da ligação ele se mostra sem grandes pretensões diz que ligou somente para dar um "alô"...  e ela fica com a sensação que a conversa foi um tanto desastrosa... e um aperto no coração por ele não saber que ela era uma mulher especial e que essa mulheres especiais apaixonadas em se atrapalham...

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