Todas as complicações e os traumas daqueles horríveis anos de divórcio foram multiplicados pelo drama de David – o cara por quem me apaixonei enquanto estava terminando meu casamento. Eu disse que “me apaixonei” por David? O que quero dizer, na verdade, é que saí do meu casamento e mergulhei nos braços de David da mesma forma que um artista de circo de desenho animado mergulha de uma plataforma altíssima dentro de um pequeno copo d´água, desaparecendo por completo. Eu me agarrei a David pra fugir do meu casamento como se ele fosse o último helicóptero saindo de Saigon. Depositei nele toda toda minha esperança de salvação e de felicidade. E sim, eu o amei. Mas, se eu conseguisse pensar em uma palavra mais forte do que “desesperadamente” para descrever o como amei David, usaria essa palavra aqui, e um amor desesperado é sempre o tipo mais difícil de amor.
Fui morar com David imediatamente depois de deixar meu marido. Ele era – é – um cara lindo... (CONTINUA)... ... ....
..... ...
No amor desesperado é sempre assim, não é? No amor desesperado, nós sempre inventamos os personagens dos nossos parceiros, exigindo que eles sejam o que precisamos que sejam, e depois ficando arrasados quando eles se recusam a desempenhar o papel que nós mesmos criamos.
Mas, ah, como nós nos divertimos durante aqueles primeiros meses, quando ele ainda era o meu herói romântico e eu ainda era o seu sonho tornado realidade. Eram uma excitação e uma compatibilidade que e jamais havia imaginado. Inventamos nossa própria linguagem. Passávamos dias fora da cidade e outros viajando de carro. Ele escalava até o topo das coisas, nadava até o fundo de outras coisas, planejava viagens pelo mundo que faríamos juntos. Nós nos divertíamos mais na fila do departamento de trânsito do que a maioria dos casais em sua lua-de-mel. Demos o mesmo apelido um ao outro, para que não houvesse separação entre nós. Traçávamos objetivo juntos, fazíamos juramentos e promessas juntos e jantávamos juntos. Ele lia livros pra mim, e ele lavava a minha roupa. (Na primeira vez em que isso aconteceu, liguei para Susan para relatar a maravilha, abismada como se houvesse acabado de ver um camelo usando um orelhão. Eu disse: “Um homem acabou de lavar a minha roupa! E lavou as peças delicadas a mão!” E ela repetiu: “Ai meu Deus, baby, como você está ferrada.”)
Trechos do Livro Eat, Pray, Love - Elizabeth Gilbert
Fui morar com David imediatamente depois de deixar meu marido. Ele era – é – um cara lindo... (CONTINUA)... ... ....
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No amor desesperado é sempre assim, não é? No amor desesperado, nós sempre inventamos os personagens dos nossos parceiros, exigindo que eles sejam o que precisamos que sejam, e depois ficando arrasados quando eles se recusam a desempenhar o papel que nós mesmos criamos.
Mas, ah, como nós nos divertimos durante aqueles primeiros meses, quando ele ainda era o meu herói romântico e eu ainda era o seu sonho tornado realidade. Eram uma excitação e uma compatibilidade que e jamais havia imaginado. Inventamos nossa própria linguagem. Passávamos dias fora da cidade e outros viajando de carro. Ele escalava até o topo das coisas, nadava até o fundo de outras coisas, planejava viagens pelo mundo que faríamos juntos. Nós nos divertíamos mais na fila do departamento de trânsito do que a maioria dos casais em sua lua-de-mel. Demos o mesmo apelido um ao outro, para que não houvesse separação entre nós. Traçávamos objetivo juntos, fazíamos juramentos e promessas juntos e jantávamos juntos. Ele lia livros pra mim, e ele lavava a minha roupa. (Na primeira vez em que isso aconteceu, liguei para Susan para relatar a maravilha, abismada como se houvesse acabado de ver um camelo usando um orelhão. Eu disse: “Um homem acabou de lavar a minha roupa! E lavou as peças delicadas a mão!” E ela repetiu: “Ai meu Deus, baby, como você está ferrada.”)
Trechos do Livro Eat, Pray, Love - Elizabeth Gilbert